O SEXTO SENTIDO

  

O SEXTO SENTIDO

Há muitas pessoas que, através de advertências de seus guias espirituais, puderam ser preservadas de graves acidentes. Para essas pessoas foi concedido assim um prazo a mais na Terra, prazo dentro do qual poderiam despertar e encontrar o Caminho para a Luz da Verdade.

A narração que aqui se segue descreve uma advertência singular, pela qual um casal foi preservado de um acidente fatal.

Aconteceu há algum tempo, perto de uma localidade na América do Sul, um grave acidente aéreo. O avião caiu de modo tão desastroso em um pântano, que não houve possibilidade de qualquer salvação. Incendiando-se, todos os passageiros morreram queimados. Alguns dias após foram encontrados os corpos carbonizados e grotescamente retorcidos.

A notícia da tragédia foi divulgada pelo rádio, e os jornais traziam fotografias e descrições pessoais dos acidentados. Pela descrição pessoal, soube-se que no avião sinistrado haviam sido encontrados um advogado, um padre, um médico, uma enfermeira, uma dançarina, um negociante de diamantes e quatro empregados de um cassino. Além desses, havia ainda quatro tripulantes. Também esses foram encontrados carbonizados.

Nesse mesmo avião deveria ter viajado também um casal.
A mulher, no entanto, ficara com tanto medo no dia anterior à partida, que seu marido teve que adiar a viagem. Mais tarde, esse homem sempre dizia que o medo de sua mulher havia salvo sua vida. Ficou, sim, impressionado com a notícia do desastre, mas logo tudo já estava esquecido.
Diferente ocorreu com a mulher: ela tinha tido medo, sim, mas o “ porquê” de seu medo não pôde dizer de imediato. Teriam rido dela ou até zombado. No entanto, agora que essa coisa horrível havia acontecido, ela também contaria o porquê ...

- Não me  é fácil retransmitir essa vivência. É verdade que já muitas vezes ouvi falar de sonhos proféticos ou de visões.

Mas que eu mesma pudesse vivenciar uma visão, nisso nunca havia pensado. Na véspera dessa viagem, ao anoitecer, fui para o quarto de minha filha, a fim de buscar uma maleta. De repente minhas pernas tornaram-se tão pesadas, que logo ao chegar no quarto tive de me sentar. Em meus ouvidos começou um zunido, e uma pressão abafadiça abateu-se sobre mim. Recostei-me na cadeira e fechei os olhos. Mal os tinha fechado, percebi que outros olhos, olhos internos, se abriram e vi o quarto onde estava sentada, com algumas modificações.

Com esse olhar interno notei que um avião parava na altura do terraço. A porta estava aberta e parecia-me ser obrigada a levantar e entrar no avião, que aparentemente estava esperando por mim.

Entrei e a porta fechou-se. Uma vez que o chão estava escorregadio, resolvi ficar parada na porta. Olhei em redor; dentro vi primeiro um padre já sentado, bem perto de mim.


Depois vi véus de fogo envolvendo tudo por momentos. Quando clareou, saiu o piloto da cabine, dizendo que seria obrigado a  fazer uma aterrissagem forçada, pois um motor estaria falhando.
No primeiro momento ninguém parecia ter compreendido o que essa comunicação poderia significar, pois todos ficaram quietos. Depois de algum tempo, porém, uma mulher com trajes de enfermeira levantou-se, indo até o padre. Queria se confessar com ele. Ajoelhou-se diante do sacerdote, completamente transtornada, e contou-lhe em pranto ruidoso os seus pecados.  No momento em que ela se ajoelhara, o interior do avião começou a modificar-se. No lugar dos assentos via-se uma praça, larga e livre, em cujo centro havia grande fogueira. As pessoas em volta escarneciam de uma mulher amarrada à fogueira e amaldiçoavam-na: a inquisição havia condenado novamente uma herege. E foi bom assim! Entre os espectadores que aplaudiam, vi a enfermeira que havia se confessado. Também o padre estava ali. As vestes usadas pelas pessoas pareciam ser do início da Idade Média, na Espanha. Não somente a enfermeira e o padre, mas também outros passageiros do avião encontravam-se na turba berrante. Devo acrescentar ainda que um sentimento intuitivo especial me perpassou ao ver a mulher atada à fogueira: parecia-me como se eu mesma estivesse lá em cima, sem contudo sentir qualquer dor.

Lentamente o quadro se desfez, pois a praça desapareceu e o interior do avião novamente se fazia ver. A enfermeira levantou-se, voltando alquebrada, com um bilhete na mão, para seu assento. Todos os que eu havia visto no meio da turba levantavam-se solicitando ao padre que também aceitasse suas confissões.

De repente notei que no lugar em que o padre estava sentado, encontrava-se agora um estranho. Usava uma capa meio aberta, de cor violeta. Seu rosto era moreno escuro e seu olhar, contemplando os presentes, era frio e indiferente. Um após outro aproximavam-se agora do estranho, confessando-se. Cada uma das pessoas que tinham um bilhete na mão parecia-me alquebrada e velha... realmente muito idosa mesmo. Oito pessoas possuíam agora esse bilhete. Faltavam apenas quatro homens e a tripulação. Mas esses também vieram para se confessar e receber o bilhete. Quando essas últimas pessoas desesperadas se aproximaram do estranho, o interior do avião novamente mudou.

Desta vez também podia-se ver uma praça livre, mas esta encontrava-se no meio de uma densa floresta e em lugar da  fogueira, via-se uma forca, pregada rusticamente com paus irregulares. Nessa forca estava pendurado um homem, amarrado apenas com os braços no travessão de pau, com a cabeça livre.

Ao lado da forca estavam acocorados alguns homens esfarrapados, acendendo o fogo.
A fogueira esta montada de tal forma, que inevitavelmente atingiria os pés do amarrado. E quando o fogo ficou alto, os que estavam sentados embaixo exigiam do infeliz que finalmente lhes revelasse onde estava o tesouro, caso contrário seria queimado vivo. O homem torturado pendia com o rosto contorcido de dor em sua forca. Gritando alto, afirmava que nada sabia a respeito desse tesouro. A um dos verdugos, esse aspecto parecia tornar-se demasiadamente doloroso, pois disse, mudando de tom, que deveriam soltar esse homem, pois com certeza não sabia de nada. Os outros homens apenas respondiam ameaçadoramente que todos esses patifes de índios ou astecas possuíam tesouros escondidos em algum lugar. Ainda vi como o fogo começou a queimar os pés do infeliz, ali pendurado.

Mas infelizmente a imagem pavorosa desapareceu e de novo eu me encontrava no interior do avião, ao invés de na clareira da floresta. Ainda notei como os últimos homens voltavam para seus lugares, totalmente alquebrados, com seus bilhetes na mão.
Aí aconteceu o horroroso: o avião começou a cair, mas antes que batesse no chão, abri os olhos, encontrando-me novamente no quarto de minha filha.

O que aqui retransmiti, vi tão nitidamente, a ponto de chegar a pensar que estava realmente no avião. Meu coração disparava e minha testa estava coberta de suor. O que havia acontecido? Não havia um estranho falado comigo no último momento? Dissera ele bem nitidamente: “ Foi-te concedido ainda um prazo!”

E quando tal prazo terminaria? E o que se esperaria de mim? O profundo susto a respeito dessas palavras do estranho quase me fez esquecer a vivência no avião. Somente quando tudo havia acontecido exatamente como eu havia visto. Conscientizei-me da graça que me fora concedida. Depois ainda fiquei tomada de pavor, ao lembrar-me do infortúnio. Mas uma coisa sei agora com absoluta certeza: “ Nenhum ser humano é entregue a seu destino arbitrariamente”. Além disso, sinto intuitivamente de modo muito nítido, que na advertência que recebi estavam contidas, ao mesmo tempo, uma exortação e uma chamada.
Quero dizer, até, que de agora em diante me encontro em débito com Deus!...
Mas onde se encontra o ser humano que não esteja em débito com Deus?



FONTE: LIVRO FIOS DO DESTINO DETERMINAM A VIDA HUMANA
ROSELIS VON SASS
ORDEM DO GRAAL NA TERRA


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Tenha um dia abençoado e que as bênçãos de Deus sejam sempre frequentes em sua vida! Amém.

 
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