Resenha do livro Meninos do crack



Resenha do livro Meninos do crack

Quando eu solicitei para a editora Novo Século o livro Meninos do Crack, confesso que vi nele uma oportunidade de aprender algo extremamente importante, mesmo sendo uma temática que é diária em nossas vidas ainda assim pouco sabemos ou compreendemos.

Saber o que um dependente químico passa, isso com toda certeza o jornal mais sensacionalista de todos consegue dar conta do recado. Sabemos que o dependente químico muitas vezes se envolve com crimes e praticas de prostituição com o pleno intuito de adquirir dinheiro para dessa forma saciar o vício  Não diria manter pois nenhum dependente químico gosta de ser uma escória social, eles sabem o tanto de medo e ojeriza  que eles causam nas pessoas (sociedade).

Eu vejo jornalistas falando e dando conselhos mas os dependentes químicos não precisam de conselhos, eles precisam de políticas publicas que lhe promovam o tratamento correto. Ninguém se cura de uma dependência química ficando internado numa clinica por apenas uma semana ou quinze dias. É preciso um trabalho sério e principalmente contínuo, trabalho esse que ainda falta em nossa sociedade.

As drogas também são um produto nosso, é nossa culpa de a sociedade ser violenta pois não cobramos uma solução para todos os males que a assolam. Vi uma reportagem que dizia que a presidente é contra reduzir a idade penal, mas não importa o que a presidente pensa ou deixa de pensar, pois o que importa de verdade quais são as ações delas para poder melhorar a nossa sociedade. E são essas ações que (deveriam) mudar.

Ao ler Meninos do Crack percebi pessoas que ate então estigmatizamos, temos medo e oramos todos os dias para não encontra-las durante o caminho casa-faculdade- ou trabalho. Eu penso que todas as pessoas deveriam ler o livro Meninos do Crack, pois quem sabe assim elas percebem a realidade?
Muitas vezes a mídia trata as drogas com glamour e muitas vezes nós também damos glamour as drogas, afinal muitos artistas foram vitimas da overdose. Eu não os julgo quanto pessoas, mas penso que se eles realmente tivessem pensado antes talvez eles não tivessem ido por um caminho tão doloroso.

No Brasil se discute a legalização das drogas. E quando olhamos para países como a Austrália onde as drogas são quimicamente tratadas, onde os índices de violências são praticamente nulos, onde a indústria farmacêutica ficou responsável por parte do tratamento químico dessas drogas, quais são embaladas como se suas embalagens fossem quase que produtos de artes. E olhamos para o nosso país, onde as drogas são produzidas com gasolina e produtos químicos que chegam a ser mortais. Percebemos um diferença gritante desde politicas publicas à conhecimento da população.

Penso eu que falar sobre drogas não é questão de bom senso ou de senso comum, mas questão de conhecimento. É preciso estudar, pesquisar, pensar e repensar antes de criar uma opinião. Penso que para tudo na nossa vida precisa-se de embasamento teórico, não se pode formar uma opinião porque fulaninho de tal disse que é contra ou favor, é preciso estudar e compreender o que estudou.
O livro Meninos do Crack é endereçado para pessoas que estudam essa temática e para pessoas que estão refletindo sobre suas opiniões. É preciso reconhecer a realidade, pois por mais que esses submundos estejam longe dos enclaves de nossa casa, ainda assim, eles existem.

Lembro-me que quando criança a visão que eu tinha de dependente químico era um “garoto de rua”. Realmente eu fui criada longe da realidade, vim aprender a andar de ônibus quando estava no final da adolescência. A sociedade moderna a medida que nos deixa perplexo ela também nos preserva, só que um dia todos crescem e por mais que a vida o preserve muitas vezes, ainda assim terão que se deparar com as duras realidades dela.

E penso que, quanto mais nos abrirmos para entender o outro, melhor será para podermos transitar pela sociedade. Os índices de violência talvez não mudem se lermos alguns livros, mas a nossa ignorância pessoal, os estigmas que criamos certamente se reduzirá. Penso que não devemos amar o mundo, pois amar ainda é difícil, amor ainda é algo que ate para definir e dar significado é um processo contínuo e que ainda se está em construção, mas é preciso compreender, se compreender e tentar compreender pelo menos o mundo que se vive.

Informações do livro:
Editora: Novo Século
Autor: Ana Paula Nonnemacher
Páginas:  248
Preço R$ 29,90

Maiores Informações: 


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