E o amanhã talvez

Passeata 13 de junho: desculpe o transtorno, estamos mudando o Brasil

E o amanhã talvez

E o mundo parou, o Brasil cansou, as pessoas gritaram, pularam, choraram e se arrepiaram... Com todas coisas acontecendo me vem coragens absurdas, medos e possibilidades dignas de pesadelo.

O mundo está acompanhando a insatisfação do brasileiro, alguns são a favor outros não - mas venho aqui dizer por mim, quando vocês verem pessoas protestando não os chame de vagabundo e nem os critique porque ate que enfim as pessoas pararam de falar de pão e circo mesmo que seja por poucos dias. Eu sei que quando os protestos acabarem a nossa vida de classe media sofre vai voltar ao normal, os planos e os sonhos ainda sãos os mesmos porém com uma diferença agora sentimos o verdadeiro gosto da liberdade.

Eu sei que os políticos estão se embolando de rir e dizendo: “Gritem trouxas, enquanto isso eu estou com o seu dinheiro” mas não com a nossa liberdade e o nosso 30 segundos de coragem absurda.

Não é porque paramos o Brasil que deixamos de estudar, de ser o bom filho de nossos pais, ainda somos a boa mãe e o bom pai das próximas gerações, ainda somos o medico que irá te curar, o advogado que vai te defender, o professor que vai te ensinar - só não seremos o politico que vai te roubar.

É lindo ver o Brasil gritando junto. Hoje quando eu encontrei com uma amiga na universidade comentamos: “Tenho orgulho de ser a geração coca-cola e facebook mas a que teve coragem de pelo menos gritar”. Minha amiga disse que ela apenas chorou de tanta emoção em ver o Brasil gritar, eu disse que pela primeira vez senti meu coração gritar, que mesmo estando rouca e sem voz eu levaria meu coração para gritar no asfalto por pelo menos 1 dia de país melhor.

Eu sei que o mundo não é perfeito, que tudo vai terminar, a vida casa-faculdade-estágio vai voltar mas quando eu estiver la na frente, eu vou poder dizer: “Ao menos fui útil para o meu país por um dia, eu o amei por um dia”.

Assim que eu entrei na universidade, eu sabia  e meus pais também que eu mudaria e faria mudanças acontecer porque desde criança eu sempre fui a garota chata e questionadora da sala de aula. Aquela que pergunta mil vezes por quê. Entrei na universidade e os questionamentos aumentaram porque lá tem pessoas iguais a mim, também tem os que não estão nem aí para a história do Brasil, mas se tem uma coisa que eu aprendi nesse tempo é: “Como ser útil para a sociedade?”.

Não é sendo um bom estudante, ou um bom profissional... Não se limitando em apenas ter boas notas e estudar, mas é algo poético – construir seu próprio conhecimento. Aqui em casa eu sempre falo para os meus pais o que eu tenho feito na universidade – minhas notas, os projetos que criei, as coisas boas que produzi e que pude participar mas isso é só “medalhinha de escola” porque o diferencial mesmo é o que você faz pelo outro. É quando você trata com amor um doente, é quando você trata com amor um menor abandonado ou que está à marginalização, é quando você incentiva o pensar critico seu e das outras pessoas, é quando você sente amor por essa sociedade e você desenvolve um instinto materno de cuidar dessa sociedade.

As pessoas não são normais, elas tem seus defeitos mas as pessoas são belas quando se unem em prol de fazer algo positivo seja para uma outra pessoa ou para tomar as dores de nosso país, abraçá-lo e dizer que sim, ainda nos importamos com ele.

Eu sei que talvez amanhã o preço do feijão aumente, que o hospital publico continue a ser a bela porcaria que é, a educação sendo falida e o nosso grito talvez seja ocultado e se torne apenas um grito a mais no meio do grito dos excluídos. Mas uma coisa eu sei, minha geração ao menos pode gritar, já meus pais, coitados, mal podiam respirar em meio a um governo repressor e ditador.

Vão ter pessoas criticando aos montes os protestos e seus militantes, mas ao menos uma coisa é certa – alguém pelo menos tentou fazer algo!

Eu vou falar um pouco de minha vida, recentemente comecei a estagiar em um grande hospital de minha cidade e eu sempre fui dessas pessoas que detonava o trabalho dos médicos do SUS, que desacreditava de tudo que tivesse escrito a palavra 'público', sem falar meu medo de sangue, violência dentro do hospital e tudo que a gente ver na TV. Ate que convivendo com essa realidade eu vi que tem pessoas que realmente são iguais as dos jornais, mas tem outros profissionais que realmente estão fazendo a diferença – chegam a ser encantados pois é tão legal saber que nem tudo está perdido. O que eu quero dizer é: Sorria, ainda temos muito tempo! Tem muita coisa ainda para acontecer não vamos colocar um ponto final, não vamos deixar o nosso pessimismo destruir os nossos sonhos e nem o nosso país.

Me disperso desse texto dizendo: Vem pra rua! Nessa quinta-feira (20/06) também estarei indo para as ruas mas porque acredito que ainda dá para mudar, pode ser um sonho infantil mas ao menos vivo com a beleza de ter os sonhos e a oportunidade de fazê-los acontecer! #VEMPRARUA



Jéssica Cavalcante

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