
Pequenas máquinas
Há inúmeros exemplos de
pequenos adultos, na verdade faz pouquíssimo tempo que as crianças realmente
estão sendo vistas como um “ser delicado e necessitado de cuidados”. Basta ver
a própria historia da humanidade e sua suposta “civilização evoluída” que
iremos nos deparar com crianças que são vistas como ‘pequenos adultos’.
Antigamente os índios eram vistos como parte
excluída socialmente, vide o descobrimento das terras brasileiras onde os
índios são vistos e comparados a animais, porém nessa mesma época os povos
europeus se quer sabiam cuidar de suas crianças, tendo alto índice de
mortalidade infantil devido os cuidados inadequados acerca de cada fase do
desenvolvimento humano, coisa que a criança indígena não usufruía desse requinte
de descuidados, já que suas mães se dedicavam a educação dos pequenos,
dificilmente eles sofriam castigos severos e a própria mitologia indígena trás
consigo estórias onde o herói é uma criança.
Hoje, nós do mundo ‘pós-moderno’, já temos a
compreensão que criança deve ter um tratamento diferenciado e que ela é um ser
frágil e não um pequeno adulto, porém, nem todos possuem a prática de acordo
com essa visão social, afinal ate hoje crianças são vítimas da pedofilia,
maus-tratos e diversas explorações.
Quando falamos em exploração do trabalho
infantil, muitos irão pensar em trabalhos pesados fazendo essa associação com
trabalhos de limpeza, atividades de zona rural ou extração de recursos minerais
mas esquecem das mais novas profissões, tão bem desejadas que muitos
interpretam como um “sonho” e não como um trabalho infantil.
Concursos de beleza, particularmente não sou
contra esses concursos, mas sou contra ao extremismo que as pessoas chegam por
causa de fama, títulos e uma certa lucratividade publicitária
Ao analisar iremos perceber que já temos
crianças se comportando como “pequenos adultos”, afinal algumas já usam sutiã
sem se quer está na fase de acentuação do desenvolvimento mamário, outras já
fazem uso da aplicação de toxina botulínica com permissão e incentivo dos
próprios pais, além da forte distorção de imagem, já que dieta é o maior
aliado.
Esse tipo de extremismo já é prejudicial a um
adulto, quanto mais a uma criança... Com isso estamos retrocedendo, pois nem
todas as crianças realmente estão sendo vistas como pequeninos que precisam de
cuidados. Crianças são criaturas ingênuas e não atalhos para um enriquecimentos
financeiro.
Atualmente muitos garotos já começam bem
jovens o treino para futuros atletas, porém esse treinamento deve ser feito
respeitando os limites da criança, além dos limites impostos pelo
desenvolvimento como por exemplo estimular o brincar e não fazer a retirada do
brincar trocando por uma atividade desportiva de impacto de nível médio a alto.
Essa situação se repete com o pensar no futuro, crianças passam o dia inteiro
estudando os componentes curriculares seja da educação escolar ou cursos
extra-escolares, sobrando pouco tempo para ela aproveitar a fase qual ela se
encontra.
Não é privando uma criança do brincar, que
ela se tornará um super gênio, um grande atleta ou uma grandiosa referencia de
beleza. Estamos criando nossas crianças para serem, humanos digno de orgulho
não so familiar mas também social, ou estamos fazendo de nossas crianças super
máquinas, onde o erros é ultrajante e a perfeição é algo que se busca na
realidade de cada pequenino?
Devemos pensar que quando “damos a luz”,
trazemos ao mundo seres humanos pequenos e delicados e não, exemplos de
perfeição ou forças maquinais.
Vamos situar no mundo em que nos encontramos e
não vamos repetir mesmos erros de séculos onde o conhecimento era ilimitado e
um sonho idealizado, possuímos hoje, conhecimentos portanto vamos fazer jus
dele e não maquinizar pessoas e sim torna-las humanas afinal, o mundo ate pode
ter mudado mas ainda trazemos ao mundo seres humanos e não maquinas.
Jéssica Cavalcante