Flores e sombras do deserto



Flores e sombras do deserto


  Parece difícil de acreditar que o antigo deserto, coberto apenas por vegetação rasteira, da época da chegada dos primeiros atlantes, tenha se transformado no berço de uma poderosa civilização.
  Os atlantes fizeram um estupendo trabalho de engenharia modificando o trajeto original do rio Nilo, permitindo assim que inúmeros vales que  o margeavam fossem beneficiados com água em abundância, onde mesmo sem chuvas puderam ser feitas quatro colheitas anuais.


  Eu sou Uranabe, faço parte dos primeiros exploradores que desembarcaram junto ao grande rio. Chegamos em naves terrestres, e enfrentamos inúmeras dificuldades de adaptação ao novo mundo.
  O deserto era um  espetáculo silencioso, cortado apenas pelo borbulhar das águas caudalosas do Nilo.
   Éramos um grande grupo. Felizmente contávamos com engenheiros e agrônomos, que logo começaram o trabalho de pesquisa do solo, naquele tempo moradia de escorpiões e dos selvagens da região. Eles nos tomaram por deuses, e nós tiramos certa vantagem deste pensamento primitivo, para ensinar-lhes nossos costumes.

Logo no começo, construímos um grande laboratório, onde instalamos nossos artefatos científicos, pois sabíamos que, dentro de pouco tempo, teríamos problemas com as máquinas, que estavam expostas às intempéries.
  Localizamos inúmeros veios de água que corriam em abundância por debaixo das areias do deserto, para começarmos a construção de uma pequena cidade, onde repetimos a arquitetura de nossa antiga morada.
   Quando sentimos os abalos de terra, soubemos que o estrago tinha sido de enormes proporções, pois foram seguidos de terríveis tempestades de areia que ofuscaram o sol, e por chuvas ácidas que transformaram dias em noite.
   Era difícil, porém, avaliar se todo o continente havia afundado. Formamos expedições a busca de irmãos atlantes sobreviventes e acolhemos alguns refugiados. Porém, poucos foram os que escaparam com vida do turbulento fim de nossa terra.
Nessa época de dores, o único propósito de meu povo foi manter-se vivo. Afundamos a tristeza no imenso oceano que deu lugar ao continente atlante. A vida porém continuou, e criamos uma nova civilização. Construímos templos e enormes monumentos que nos ligavam à nossa origem cósmica, além de proteger dos incautos   nossos muitos equipamentos.
   Não  podíamos prever como as gerações futuras iriam dar continuidade ao nosso trabalho, mas nos esforçávamos para criar oportunidades de crescimento espiritual. Para tanto, fizemos valer um severo código de conduta que nortearia os filhos da nova terra.
   Os faraós, na tradição de casarem entre si para resguardar a pureza da raça atlante. (chamada por eles de filhos do sol), tinham com o passar dos séculos enfraquecido sua própria semente. Em um determinado momento, a poderosa Hierarquia Espiritual que dominara os primórdios da civilização egípcia tinha se retirado para outros mundos, enquanto o que restou aqui no planeta foram apenas os descendentes da carne que não estavam ligados diretamente ao espírito.
  Assim sendo, pais se casando com filhas, irmãos com irmãs, tinham gerado, após séculos, gerações de débeis mentais          e loucos. Eram pessoas de mentalidade enfraquecida, contaminadas  pelo egoísmo, e, no nível espiritual, suscetíveis às sombras. Permanecendo obcecadas pelo pensamento de superioridade, jamais se misturando com os outros, facilitavam a sintonia com Hierarquias caídas.
O panteísmo religioso cresceu de forma descontrolada, e naquela louca profusão de deuses criados pelas mentes pervertidas dos sacerdotes, o Egito mergulhou num mar de escuridão e misticismo. Dessa maneira, o reto pensar  que reinou no princípio dos tempos foi substituído por misteriosos rituais de adoração à forma.( adorar a forma externa e não o conteúdo interno leva o homem à ignorância).
   Devido ao pensamento obtuso de alguns faraós, os plutonianos rebeldes acharam a oportunidade perfeita para fazer novamente seus experimentos de domínio na Terceira Dimensão.
   Nesses tempos de sombras reinantes, o lado escuro se estabeleceu. Sacerdotes de magia  negra tomaram conta dos antigos santuários, que foram profanados pela constante oferta de sacrifícios humanos. Crianças inocentes e moças virgens foram oferecidas aos deuses das sombras em troca de poder e dinheiro. O vampirismo tornou-se parte do dia-a-dia dos egípcios, quando foi instituída a morte dos delinqüentes nos paredões.
  As Hierarquias caídas comandavam as suas marionetes humanas e instauravam as sombras na terra do Grande Sol.


Fonte:
Livros:  Os filhos De Órion
A Chegada da Hierarquia Da Luz
Maria Silvia Pacini Orlovas
Editora: Madras

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