Resenha do livro Sabbath Bloody Sabbath



Resenha do livro Sabbath Bloody Sabbath

Eu fico pensando como vai ser o cenário musical daqui alguns anos. Eu me pergunto isso quase todos os dias, pois a maioria dos letristas, músicos ou bandas que tenho em minha playlist diária - parte significativa deles não faz parte de minha geração, isso é, quando alguns deles infelizmente faleceram.

Vez por outros escuto criticas a algumas dessas "personalidades", afinal alguns deles morreram por AIDS ou pelas drogas, e os que estão vivos também tiveram envolvimento com bastante polêmica e eu sempre digo: “Eu não escuto a biografia deles, eu escuto a música deles e entendo a letra deles”. Talvez seja isso que tenha faltado no cenário musical atual, falta letra, falta música e sobra muito excesso de vaidade.

Eu não sou a melhor pessoa para falar de música já que a minha formação e área de pesquisa de nada tem a ver com a música, mas não sei viver sem música. O ser humano não vive sem música e sem poesia, porque a vida não tem graça se tirar isso de nós. E como apaixonada pela música e pelo gosto eclético. Fui presenteada pela Madras com duas boas e polêmicas biografias.

O que eu acho engraçado nas pessoas é que infelizmente julgamos muito pela imagem exterior, sei que algumas pessoas tem uma imagem ruim de Ozzy por ele sempre vestir preto e por ele ser tatuado, enfim a sociedade é composto por pessoas que deixam muito a desejar mas se acham boas o suficiente para julgar e condenar o outro. Se eu que não tenho tatuagens, meu estereótipo foge dos estigmas ainda assim sou estigmatizada - imagina quem tem esse estereótipo?

Mas lendo a biografia Sabbath Bloody Sabbath, tem uma citação que Ozzy relata que ele não gostava de ver pessoas tristes na escola, então quando ele via algum aluno triste ele disse que era capaz de tudo para fazer aquela pessoa feliz. Acho que isso é um verdadeiro cala boca para quem julga por estereótipos.


Outro ponto que me chamou bastante atenção é em relação a qualidade musical, e no livro relata que eles estavam preocupados com a qualidade da música e para eles pouco importava se tinha 500 pessoas na plateia ou 500 mil. Ou seja, outra geração e outro pensamento. Hoje muitos músicos estão pouco se importando se a musica deles promovem o senso crítico, afinal eles querem é lucro.

Penso que falta isso de “fazer música”, gostar de sentar, filosofar e escrever uma letra ou criar um som novo. Enfim, falta essa pegada pessoal e intimista. Muitas pessoas estão escondendo ate as opiniões delas para não desagradar outras pessoas, afinal quanto mais agradar a grego e troianos melhor.

Eu não estou dizendo que a música atual é ruim, mas digo que o contexto mudou. As pessoas nem sempre se preocupam se uma letra vai causar uma revolução ou se uma letra praticamente não descreve nada, nem um dialeto. E isso, em outros compositores de uma outra época - tinha essa preocupação com a função da música.

Penso que o cenário social contribuiu, afinal eles passaram por cenários de fortes mudanças políticas, sentiram na pele repressão, preconceito e a violência da época. Não tem como ficar inerte nessas horas, a música era uma forma de desabafo do que se vivia, só depois se pensava no lucro que se pode obter.

Bloody Sabbath é uma banda com história própria, inovaram e marcaram - tanto é que o legado deles segue pelos dias atuais mesmo em meio a polêmicas típica desse cenário. E para compreender melhor toda essa longa trajetória indico a biografia dessa banda não só para os fãs, mas para quem quer quebrar estigmas, afinal por debaixo do preto e das tatuagens se esconde um ser humano comum e igual a todos nós.







Informações do livro:
Editora: Madras
Autor: Joel McIver
Páginas: 504
Maiores informações:


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