Resenha do livro Pelas ruas de Calcutá

"Ler Pelas ruas de Calcutá foi uma descoberta sobre de fato quem é Calcutá e principalmente como Calcutá pensa."

Jéssica Cavalcante

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Resenha do livro Pelas ruas de Calcutá

A primeira impressão sobre o livro Pelas ruas de Calcutá - é que esteticamente ele é muito bonito, tanto é que eu estava lendo o livro pelas ruas de Calcutá durante o intervalo das aulas. Então uma colega de curso dirigiu-se e me perguntou sobre esse livro e lógico pela descrição, minha colega demonstrou ficar super interessada. No mesmo dia, tive uma reunião com outras duas colegas e no intervalo dessa reunião as meninas me pediram informações sobre o livro e começamos um longo diálogo sobre espiritualidade, Madre Tereza de Calcutá e temas afins.

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O livro pelas ruas de Calcutá é composto por diversas mensagens escritas pela própria Tereza de Calcutá, o grande diferencial está no conteúdo dessas mensagens, pois é repleta de muita sabedoria. Eu nunca pensei que Calcutá fosse um mulher tão sabia e decidida, ela retrata extremamente bem contextos e temas que estão presentes o tempo todo em nosso dia-a-dia, como por exemplo, a diferença entre ser um bom filho de Deus e ser apenas mais um religioso, a diferença entre ter fé e ser um fundamentalista radical, a diferença entre ser caridoso e fingir prestar auxilio. 

Tem um fato que me chamou muita atenção, pois em uma das mensagens ela conta a história de um médico que praticamente tinha repulsa pelos doentes, então Calcutá da uma verdadeira lição sobre o que é exercer a Medicina, resultado o médico termina tendo humildade e reconhecendo qual é o seu verdadeiro papel em relação ao juramento de zelar por vidas. Outra questão que ela enfoca muito, é em relação a ética profissional e ela nos convida a uma verdadeira reflexão sobre o que é ser ético e o que é ser profissional. E realmente é uma questão complexa, pois pelo o que as normas sociais querem é que nos sejamos iguais a robôs reaja como uma máquina, ao menos é a impressão que eu tenho diante do meu dia-a-dia, pois se você pensar muitas pessoas se prendem apenas ao pragmatismo profissional e esquecem que elas estão lidando com seres humanos e que tem diversos contextos a serem analisados. Em relação ao vômito do paciente, esse médico reage como se o paciente fosse um objeto inanimado e Calcutá enfatiza que não podemos agir assim, ate porque Calcutá é humanista e ela demonstra muito essa relação que seres humano são compostos não só de “carne e osso” mas também de um verdadeiro complexo emocional.

Outro fato que Calcutá aborda é sobre o nosso Cristianismo e mais uma vez nos convida a refletir se realmente estamos sendo cristãos ou se estamos apenas nos dizendo cristãos (Clique Aqui e leia uma das mensagens de Madre Tereza de Calcutá?), porque é muito fácil dizer que crer em Cristo porém colocar os ensinamentos de c]Cristo em prática é outra questão. E uma das reflexões propostas por Calcutá é em relação ao preconceito religioso, pois infelizmente muitas pessoas determinam que tal crença é a melhor ou a “única que é aceitável” e é algo que devemos analisar bem. Um dia desses conversando com minha melhor amiga, nós comentamos que muitas pessoas já nascem com uma crença imposta por fatores culturais e essas pessoas não tem culpa e nem podemos considerar essa escolha como se fosse algo errado, ate porque é muito fácil falarmos em escolhas quando nós moramos em um país democrata, mas devemos lembrar que nem todos os países aceitam a liberdade de escolha. Enquanto nossas leis são flexíveis, pois ao menos no Brasil nunca vi nenhuma pessoa ser presa ou torturada pelo supremo tribunal por ser de uma outra religião ou por não ter alguma religião, devemos lembrar que muitos países as punições  culminam em morte e extrema tortura e que ter uma crença diferenciada nesses países é como se fosse o pior crime que um cidadão pode cometer. Realmente é um cenário bem triste, então diante dessa realidade que não é pertencente apenas os dias atuais, mas também podemos por assim dizer que é algo pertencente ao que referimos ao “desde que mundo é mundo”, ou seja em todas as épocas sempre teve o clássico confronto de “minha religião é melhor que a sua” e isso só torna a alma humana endurecida.

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Uma citação de Calcutá é: “Procuro o abraço no olhar do pobre”, pode parecer um discurso socialista, mas é o que eu sempre me pergunto todos os dias, diante de tanto consumismo as pessoas esquecem que enquanto muitos afagam seus prazeres, outras pessoas não conseguem saciar as próprias necessidades básicas. Eu e nem Calcutá não estamos decretando guerra ao consumismo ate porque consumir é necessário para manter a sociedade e ate mesmo as nossas vidas, mas que seja com responsabilidade e saber consumir. Eu sempre me pergunto, porque tem pessoas que compram 6 blusas do mesmo modelo mas apenas mudando a cor, será que é porque gosta tanto ou esse apego tem um contexto a mais? Há uma diferença entre entrar numa loja e consumir porque realmente você precisa e entrar numa loja e descontar sua carência ou mal estar sentimental.

Calcutá vem com uma proposta ousada trabalhar a nossa alma e a nossa moral para que possamos dessa forma modificar o nosso mundo, Calcutá me lembra muito minhas aulas de Psicossociologia, de fato a sabedoria de meu professor não chega nem perto da sabedoria de Calcutá mas uma coisa a Psicossociologia e Calcutá tem em comum, eles nos provocam reflexões para que possamos entender a nossa sociedade olhando de uma maneira geral, porque muitas vezes temos uma percepção muito egoísta de mundo, nós olhamos as pessoas e o ambiente social conforme os nossos sentimentos, medos, traumas, julgamentos e equívocos. Mas quando olhamos a sociedade de um ponto de vista geral e que não é egocêntrico, aí sim, é o primeiro passo para modificar o mundo. Eu realmente desejo que o livro Pelas ruas de Calcutá te promova muitas reflexões e te prepare para dar os primeiros passos em mudança do mundo.

De um capitulo para o outro tem algumas fotos, por sinal belas fotos, são de pessoas, e atrás das fotos possuem citações bíblicas. Primeiramente ao olhar as fotos, eu senti algo muito especial pois as pessoas da foto da vontade de conhecê-las, descobrir mais sobre essas pessoas enfim, eu sou muito curiosa a respeito do ser humano ate porque as fotos são de momentos de nosso dia-a-dia, só que diante de nossa agitação diária não paramos para perceber como o olhar das pessoas é como se fosse a sinopse do livro da vida.

O livro Pelas ruas de Calcutá além de ter belas fotos, uma linda diagramação e promover uma verdadeira reflexão sobre a sociedade, religiosidade, caridade, comportamento e fé ele é muito especial pois Calcutá tem uma historia de vida especial, a forma qual ela fala é especial. Eu realmente posso dizer que amo a forma qual ela age e fala, as ideias dela, a caridade e a honestidade dela torna esse mundo um lugar melhor, pois é de pessoas como Calcutá que nós precisamos.

Calcutá tem um pouco de cada um de nós, ela tem um pouco de minha mãe, de meus professores e da sociedade pois ela é uma verdadeira lutadora quando o assunto é reflexividade social, pelo fato que ela ama as pessoas e ela luta pelas pessoas. Ela questiona a ética, o profissionalismo e ela simplesmente decodifica o que nós muitas vezes percebemos mas nem sempre estamos aptos para emitir uma opinião sobre.

Ler Pelas ruas de Calcutá foi uma descoberta sobre de fato quem é Calcutá e principalmente como Calcutá pensa.

Quero agradecer ao autor e médium dessa bela obra, Robson Pinheiro, pois foi um veículo transmissor dessa bela mensagem dessa amiga de luz, Madre Tereza de Calcutá.

E a mensagem final de Calcutá é que sim, nos podemos mudar o mundo, Cristo nos ensinou como ser pessoas melhoras porém devemos sempre lembrar desses ensinamentos durante nossos dias e principalmente em cada uma de nossas ações.

O que torna uma pessoa santa não é o fato de não ter pecados mas o fato de amar os pecadores, pois todos nós pecamos e somos pecadores mas Cristo e Calcutá nos amou e nos ama independente do que somos e principalmente do que fazemos, e é isso que nos falta -amar mais as pessoas, pois de fato nós erramos e elas também erram, afinal quem nunca errou? A diferença não esta nos erros, mas no amor, muitos erram, mas poucos amam e ainda é o amor que cura todas as dores e que sacia a fome.

Informações do Livro:

Editora: Casa dos Espíritos

Autor: Robson Pinheiro

Páginas: 368

Preço: R$45,00

Maiores informações:  http://www.casadosespiritos.com.br/livro.php?id=36