Nunca entendi





Nunca entendi

Sempre tive um grande fascínio em estudar a mente dos psicopatas, acostumada a perguntar a exaustão aos meus pais sobre o ‘por que’ de tudo.  Cresci sem entender o porquê do mundo e quando a gente não entende nada, o único conselho que nos dão é que estudando iremos encontrar respostas para todas as nossas perguntas. Então eu cresci, enquanto todos ficavam chocados com os crimes cometidos, eu ficava curiosa para entender o por que de tamanha crueldade criativa. Ate que eu descobri que o ser humano é muito mais do que aparenta ser, ele é toda criatividade. Ele é criatividade para amar e ate para matar.

Com o tempo surgiram mais perguntas do que respostas, ate que eu descobri que as pessoas já não nascem 'monstras', assim como descreveu o jornalista em sua crônica.  As pessoas se tornam monstros muitas vezes por causa de outras pessoas, e em grande maioria esses tais ‘monstros sociais’ tiverem pais que abusaram de sua tenra inocência, mães que davam como Boa Noite uma verdadeira palestra de humilhação e agressão. Ninguém sabe como é ruim a sensação de não ser completamente amado, ou não ser amado por igual. A diferença está que algumas pessoas conseguem engolir sapos, enquanto outros externam toda essa frustração.

É fácil chamar o outro de monstro quando se quer não aceitamos os monstros que temos em nós mesmos. Ao menos o monstro social ainda tem uma explicação científica. Tudo se delimita uma lesão cerebral responsável por fazer um verdadeiro estrago social. E nós, pessoas ditas normais, cidadãos de bem já assumimos o monstro da carência, da frustração, da saudade do que não viveu por medo de receber uma resposta negativa? Já assumimos a nossa curiosidade criativa e ate mesmo perversiva? Já assumimos o nosso lado bipolar de ser?

Passamos a vida engolindo sapos, onde a nossa vontade era dizer tudo que sentimos, mas não podemos. Porque somos obrigados a sermos educados e falsamente felizes, pois temos contas a pagar no final de mês e não nascemos com a coragem que dizemos ter.

Queremos mudar o mundo, mas temos medo de cortar o próprio cabelo. Temos medo de se arriscar. Temos medo do resultado refletido  no espelho. Temos medo de descobrir a verdade de quem somos. Temos medo de amar intensamente. Temos medo de viver. Temos medo dos sorrisos. Por que não assumimos quem somos e por passarmos uma vida muitas vezes sendo um personagem? Julgamos o outro com base no nosso olhar, porque ao nosso olhar, o outro está sempre fingindo e esperando uma pequena oportunidade para atacar. Olhamos para os nossos vizinhos com medo e dúvida.

 Questionamos se o psicopata mora ao lado, mas esquecemos que muitas vezes o amor que a gente procura para uma vida inteira, pode morar ao lado, mas ainda assim deixamos escapar - por puro medo de encarar quem somos, de encarar a realidade e assim vamos vivendo... Se escondendo, montando personagens que fogem da realidade e  quando nos deparamos com os jornais nos assustamos. Penso eu, que susto maior é quando encaramos a nossa realidade, a nossa verdade e quando encontramos a resposta da pergunta: “Quem realmente eu sou?”

Jéssica Cavalcante

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