Desenhos
da vida (Draw My Life)
Esse post
vai ser um pouco diferente, pois irei contar em desenhos (feitos por mim - por
isso que eles estão parecendo desenhos infantis, pois não tenho habilidade para
desenhos), logicamente um resumo porque é impossível contar tudo, já que nem de
tudo eu me lembro. J
Como algumas
pessoas já fizeram o Draw my Life em formato de vídeo, eu pensei fazer em
formato de postagem mesmo.
Então eu
nasci, meus pais ficaram bem felizes e nessa época (em 1991) meus pais moravam
em um pequeno apartamento e do nada eles resolveram se mudar para um outro
apartamento que ficava na praia. Meus pais dizem que eu amava ir a praia e que
eu dava muito trabalho, falam que eu passava a noite toda gritando, cantando,
pulando, brincando enquanto outras pessoas dormiam *eu nunca me cansava*.
Quando eu tinha uns 2 anos de idade meus pais decidiram se mudar para uma casa,
pois na casa eu poderia gritar a vontade sem perturbar tanto os vizinhos. E
então nos mudamos, era uma pequena casa e minha rua era praticamente deserta.
Com o tempo meu pai reformou a casa, hoje ela é grande e a rua é cheia de
prédios e outras casas. A praia continua lá, ela ainda existe, mas eu
desenvolvi uma alergia que se eu tomar banho de mar e ficar no Sol - eu começo
a me coçar e ficar com bolinhas vermelhas. Quase não vou a praia, pois prefiro
ficar lendo livros ou fazendo outra coisa mais interessante do que ter bolinhas
vermelhas no corpo.
Eu fui
para a escola e comecei a gostar de ler seja porque meus pais me estimulavam a
isso ou porque a escola também passa a leitura como uma atividade. Minha mãe me
dava e ainda me dar livros de presente e isso sempre me deixou muito feliz. Um
dia meu pai (ou minha mãe não lembro bem) foi me buscar na escola e eu vi um
garoto de rua no semáforo, foi quando eu descobri que o mundo era feio o
suficiente, que existe o menor abandonado, a fome e a pobreza. Foi um choque de
realidade, pois quando criança achava que o mundo era igual aos dos livros, mas
hoje eu superei isso e já me acostumei com o mundo do jeito que ele é.
Eu também
sofri bullying, eu iria brincar com outras crianças e nem todas crianças
queriam brincar comigo e com isso eu me apegava mais aos livros e comecei a
ignorar o bullying (e as pessoas) que eu estava vivenciando. Por isso que
muitas vezes eu não troco um bom livro para conversar com algumas pessoas.
Na
adolescência nem todos os professores gostavam de mim, pois eu questionava
muita coisa e discordava de outras. E uma vez uma professora deu uma aula de
forma errada, com doutrinação pedagógica - incentivando a todos os alunos a
gostarem de um determinado político e lógico que eu discordei. E com isso gerou
uma revolução na minha sala. Fui chamada a coordenação, chamaram meus pais e a
professora começou a me marcar. Meus pais que já estavam acostumados com meus
questionamentos, para eles não foram novidades. Toda prova essa professora tirava
um ponto meu e toda prova eu ia ate ela questionar, ate que um dia ela cansou e
me deu nota que eu merecia.
Mudei de
colégio e tive aula com uma ótima professora, com ela aprendi muito inclusive a
ter auto-estima coisa que passei a vida sem ter. Na adolescência eu comecei a
engordar, de um lado meu pai me cobrava ter um corpo bonito e do outro lado
toda a sociedade (geralmente quem cobra isso são as mães, mas minha família é
meio incomum. Foi meu pai que me levou a primeira vez no teatro, no cinema, no circo e ao
parque já minha mãe preferia me levar as livrarias). Ate que um dia eu aprendi
que eu tenho que me gostar do jeito que eu sou, meu pai parou de cobrar um corpo
perfeito e eu descobri um mundo melhor. Minha professora era feminista e depois
disso eu vi que não devemos seguir o que as revistas cobram. Minha vida
melhorou muito!
O tempo
passou, meus pais se divorciaram e eu estava entediada, minha mãe mandou eu
criar um blog, resolvi criar um blog sobre espiritualidade pois é uma temática
que eu sempre gostei. E aqui estamos nós!
Prestei a
dois vestibulares no mesmo ano e passei para os dois. Entrei na universidade e
com isso muitas coisas aconteceram!
E um belo
dia andando pela universidade eu me deparo com pessoas diferentes que eu estava
acostumada, o legal de se estudar numa universidade publica é porque ver
realmente como é a sociedade. Coisa que na época de colégio, ainda mais por ter
vindo de colégio particular todas as pessoas eram absolutamente iguais já na
universidade você encontra de índios a ciganos, ou seja é uma verdadeira
variedade social. E nisso percebi como realmente é a vida e comecei a mudar,
ler mais autores como Bauman, Nietzsche e etc. Comecei a escutar outras músicas e ate
uma verdadeira paixão por estilo próprio com direito a usar coisas que eu
gosto, que tenham história, idéias e que me deixem feliz (cortei meu cabelo,
deixei ele natural e comecei a usar alguns acessórios de época, a exemplo de
lenços e outras peças que foram da minha mãe ou que eu comprei em algum brechó).
Hoje eu
sou feliz sendo o que eu sou sem precisar padrões impostos pelas revistas de
dieta. Tenho minha vida meus livros, meus discos, minhas ideias, minhas
filosofias e meus projetos. Eu e meus amigos temos um projeto no hospital e lá
desempenhando a função de terapeutas, é uma nova fase da minha vida que eu
estou amando. Eu realmente estou muito feliz!
A vida
muda e ainda bem que nós mudamos junto com ela. Eu não me arrependo de nada, a
única coisa que me arrependo é que eu deveria ter tido coragem para ser eu
mesma há muito mais tempo. Se vestir do jeito que se quer, escutar musicas que
te deixam felizes, poder ajudar o próximo, ler escritores que você se
identifica, ter suas opiniões e não ter medo de expô-las. Bom esse é meu Draw
my life!
Beijokas no
coração.
Jéssica
Cavalcante