DOAR FAZ MUITO BEM

DOAR FAZ MUITO BEM

   É CADA VEZ MAIOR O NÚMERO DE PESSOAS QUE MUNIDAS DE PALAVRAS, AFETO E CONHECIMENTO, VÃO À LUTA PARA GANHAR SORRISOS.

   ELES SÃO A RECOMPENSA IMEDIATA QUANDO SE REALIZA UMA DOAÇÃO DE TEMPO, COMPAIXÃO, PAZ E AMOR. MUITA GENTE JÁ DESCOBRIU QUE DAR- DE ROUPAS A UM OLHAR – FAZ BEM TANTO QUEM DOA QUANTO A QUEM  RECEBE.

  “ É DANDO QUE SE RECEBE.” A MÁXIMA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS, DO SÉCULO 13, CONTINUA SENDO UMA VIÁVEIS PARA DIMINUIR A EXCLUSÃO SOCIAL E GERAR CALOR HUMANO NESTE INÍCIO DE MILÊNIO.

ALÉM DE FUNDAMENTAL PARA ALIVIAR AS INJUSTIÇAS E DESIGUALDADES SOCIAIS – SÓ NO BRASIL SÃO 33 MILHÕES DE HABITANTES SEM CASA E COMIDA – O ATO DE DOAR CRIA UMA FORTE REDE DE SOLIDARIEDADE E TORNA-SE FONTE DE SATISFAÇÃO PARA TODAS AS PARTES ENVOLVIDAS.

“AS PESSOAS QUE HABITUALMENTE DOAM ALGO TÊM UMA ALEGRIA NATURAL”,OBSERVA A JORNALISTA MARIA HELENA GOUVEIA, AUTORA DO LIVRO FAZER O BEM FAZ BEM ( ED. GENTE), SOBRE 20 ENTIDADES BRASILEIRAS QUE ORGANIZAM E OFERECEM TRABALHO VOLUNTÁRIO EM DIVERSAS ÁREAS. “ O QUE MAIS ME MARCOU DURANTE MINHA PESQUISA FOI A SATISFAÇÃO QUE OS VOLUNTÁRIOS EXPRESSAM POR COMPARTILHAR”, GARANTE. “ TALVEZ SEJA SEMELHANTE AO SENTIMENTO EXPERIMENTADO PELOS BUDISTAS, QUE TÊM NA DOAÇÃO A QUALIDADE QUE NOS TORNA SERES HUMANOS COMPLETOS”, EXPLICA A MONJA COEN, MISSIONÁRIA DA TRADIÇÃO SOTO ZEN DO JAPÃO PARA O BRASIL E FUNDADORA DA COMUNIDADE ZEN- BUDISTA, EM SÃO PAULO.

   TALENTO E CURA

   ALGUNS DESCOBREM, POR EXEMPLO, QUE DESSA AÇÃO PODE VIR A CURA PARA OS MALES DA ALMA E ATÉ FAZER EMERGIR UM TALENTO. A DONA DE CASA ERNESTA CALIA CALLEGARO, 90 ANOS, É UM DESSES CASOS QUE TRANSFORMARAM OUVIR LAMENTOS, ENXUGAR LÁGRIMAS E PRONUNCIAR PALAVRAS DE ESPERANÇA EM PÍLULAS ANTIDEPRESSÃO. HÁ 22 ANOS, APÓS A MORTE DO MARIDO E A PERDA DE UM SEIO, RESOLVEU VESTIR O AVENTAL COR-DE-ROSA ( SÍMBOLO DAS VOLUNTÁRIAS DO HOSPITAL DO CÂNCER DE SÃO PAULO) E NUNCA MAIS O TIROU. “ ESTAVA TRISTE, SEM VONTADE DE VIVER, MAS O CONFORTO QUE DAVA ÀS MULHERES QUE FIZERAM MASTECTOMIA ( RETIRA DO SEIO) ME LEVANTOU”,  CONTA ERNESTA, QUE, COM ENTUSIASMO DE MENINA, SEMANALMENTE PEGA DOIS ÔNIBUS PARA IR AO HOSPITAL.

    PARA A ESTUDANTE LUANA VIEIRA GONÇALVES, 18 ANOS, O TRABALHO VOLUNTÁRIO DE PROFESSORA NO CURSO DE PÓS-ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS DA ESCOLA NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS, EM SÃO PAULO, APONTOU SUA VOCAÇÃO PROFISSIONAL. “ APRESENTAR OS ALGARISMOS, ENSINAR A SOMA E A SUBTRAÇÃO A ESSES ADULTOS TÃO INTERESSADOS EM APRENDER ME FEZ DESCOBRIR QUE EU QUERIA SER PROFESSORA”,  COMEMORA LUANA, QUE ESTE ANO PRESTA VESTIBULAR PARA O CURSO DE ARTES PLÁSTICAS.

FONTE:  REVISTA BONS  FLUIDOS

TEXTO DE FLÁVIA BENVENGA

EDITORA: ABRIL (DE 2002)