Não quero ser contra nada... quero apenas ser livre

Não quero ser contra nada... quero apenas ser livre

 Essa semana recebi algumas mensagens de algumas pessoas, em uma rede social que me criticaram pelo simples fato de... Digamos não ter preconceito com certas coisas, ou melhor talvez tenham me criticado por ser liberal demais, eu não sou liberal demais o que penso é que as pessoas  não podem ser discriminadas pelo que elas são ou foram, não posso condenar alguém.

  Penso que se alguém erra, ela será punida em nossa constituição e nas leis divinas, obviamente sou contra a impunidade penso que todos devem arcar com as conseqüências e o julgamento deve ser feito seguindo ao nosso código de lei que no caso é a constituição brasileira, não posso condenar as pessoas de acordo com o que acredito ou sobre meus “achismos”.

  Quando digo que sou cristã, é como se tivesse dizendo que vim de Marte pois muitos não acreditam pelo simples fato de apoiar a liberdade, o direito de escolha, talvez no futuro eu mude afinal dizem que com a maternidade as pessoas tendem a ver o mundo diferente mas por enquanto eu pouco sei, e como diz Sócrates: “ Só sei o que nada sei...” não me interesso em ficar criticando quem foram as pessoas ou quem elas são.

  Eu estou cansada de ouvir as pessoas dizerem “temos que destruir o pecado”, certo! Você tem que destruir o pecado e não o pecador, as pessoas confundem e ficam com essa birra de “gente besta”. Nossa como cansa ter que ler comentários de pessoas que odeiam feministas, ateus, homossexuais e outros.

 De fato respeito os dogmas, tanto é que todos nós temos um lado conservador por mais liberal que alguém seja, e por mais liberal que eu seja e por mais que eu ame a diversidade eu odeio falar em sexo. É porque muitos não tem a oportunidade de ver mas quando alguma amiga começa a falar de sexo e intimidades, eu absolutamente faço uma cara bem estranha, não gosto de falar de sexo no sentido pessoal pois uma coisa é falar de sexo em termos científicos e outra coisa é falar de sexo e ter que ouvir a experiência dos outros. Não me sinto nada a vontade quando minhas amigas inventam de falar da sexologia nos relacionamentos delas, porém não me importo quando o sexo é tratado no viés científico.

  E é muito engraçado esse meu comportamento porque nem eu sei explicar, não tive uma educação repressora, apoio a liberdade seja ela sexual, religiosa ou política e tecnicamente não era para sentir-me em uma “saia justa” mediante a essa temática.

 Fico muito triste quando vejo as pessoas dizendo “Um bom cristão tem que ser contra isso ou aquilo” de fato temos, mas odiar as pessoas por elas serem pecadoras, sou totalmente contra. Deve-se evitar o pecado, isso eu concordo mas é evitar o pecado e não o pecador. Vejo as pessoas tratando outras pessoas que erraram como se tivessem tratando um alienígena, é como se fosse algo sobrenatural.

  Por quê as pessoas não gostam de ouvir que existem ex-abortistas, ateus, homossexuais, ex-presidiários, feministas e outros? Por acaso essas pessoas não tem sangue nas veias, sua anatomia é diferente da nossa? Essas pessoas tem sentimentos, pensam e o principal tem vidas... Então por que muitos insistem em discriminar? Dizer que um bom cristão não apóia isso, de fato eu não apoio o pecado mas não posso me negar a dar atenção e afeto a qualquer pessoa que seja.

  As pessoas falam que devemos respeitar as escolhas e livre-arbítrio mas quando digo que devemos prestar assistência a pessoas que de certa forma requer uma atenção social, elas simplesmente olham como se fosse o pior crime da humanidade, é como se estivessem diante do holocausto.

 Penso... Um dia quero ser mãe mas não chego ao consenso se irei criar meu filho dentro de algo chamado religião, pois são justamente pessoas que se dizem ter religião que escuto as piores barbarias e os piores preconceitos. A religião contribuiu muito filosoficamente mas hoje perdeu o verdadeiro sentido, vejo líderes repetindo idéias prontas se quer são capazes de ter suas próprias idéias, copiam personalidade de outros mas seria tão legal que eles transmitissem  as pessoas o que eles são, o que eles pensam e ate sentem. Por quê é tão difícil ser a gente mesmo? Temos que importar conceitos do “primeiro mundo” onde na verdade podemos ter o nosso próprio conceito, temos que usar o que é nosso e o que somos de verdade e não ser uma cópia esdrúxula e ridícula do que é aparentemente “perfeito”.

  Quando digo que amo a liberdade, não é que eu seja uma louca que sai por aí fazendo desordens, pois nem sair se quer eu saio. Não sei o que é vida social a pelo menos uns  2 anos mas amar a liberdade é simplesmente compreender as pessoas da maneira exata como elas são, deixarem elas escolherem para si e não ficar se auto-atormentando com o fato se a sociedade as aceitam ou não. É aceitar todos pelo que eles sentem, analisar as pessoas pelo seu caráter e não suas opções e  o principal acabar com isso de ideal da perfeição.

 Muitas vezes nossa vida anda completamente certinha e do nada tudo muda, e nos redescobrimos muitas vezes ser algo que nunca sonhássemos que fosse e simplesmente coisas acontecem. Já vi muitas pessoas entrarem em verdadeira paranóia, pois não se permitiram o direito de errar. Desculpa mas se você nunca errou na vida, então você não é ser humano certamente deve ser um protótipo de andróide disfarçado de ser humano.

  Prefiro que me critique, e ate que me odeiem ou  que me tenham como louca, desnaturada, sem limites ou liberal demais do que eu tomar as regras e leis para condenar alguém, não sou capaz disso pois mal consigo me conhecer para me auto condenar, quem dirá ter a astucia de condenar alguém? E ate já condenei sim, mas depois aprendi que ate os erros tem que acontecer pois erros nada mais são que uma oportunidade que a vida nos dar, mas uma oportunidade de recomeçar.

  Se um dia eu for mãe, quero que meu filho simplesmente possa escolher não quero obrigar a ele a seguir os passos torto de minha mente, não quero obrigar a seguir meus achismos... Obviamente irei impor limites assim como meus pais ate hoje me impõe limites, mas meus pais me deixam livre para que escolha quem eu sou verdadeiramente. Sou livre para escolher o que eu acredito: os meus amigos, os meus pensamentos e ate os meus sentimentos. E mesmo com toda essa liberdade eu ainda consigo ser mais conservadora do que meus próprios pais. 

  Me lembro que um dia desses quando minha mãe me buscou na universidade, eu disse em tom normal: “Mãe tirei 8 na prova” então minha mãe respondeu: “Parabéns, que bom que você tirou uma nota boa...” Então eu olhei e respondi: “Mãe eu tirei 8, queria pelo menos um 9... 8 para mim não é nota boa!”. Por mais liberal que eu seja continuo com minhas barreiras, mas também é decepcionante quando o professor te chama “Jéssica venha buscar sua prova” então eu vou toda animada achando que vou tirar um 9 e ele me entrega um 8. Não adianta eu sempre reclamo com meus professores “Ah professor um 8, só isso... que injustiça!”, e mais revoltante é quando você corrige a prova e ver que errou besteira. Queria ter um relógio do tempo para poder voltar o tempo e concertar os 8 que eu tiro.

   Detalhe de tudo... Segundo a numerologia 8 é meu número da sorte então agora se explica porque o 8 sempre vem me “assombrar”.

  Bom é isso, dei o exemplo das notas que eu tiro para vocês verem que liberdade não é promiscuidade, ao contrário liberdade é respeitar o ser humano da maneira como ele é, vamos parar com essa mania de querer que tudo seja a imagem e semelhança de nossos achismos e mente torta. Preconceitos, discriminar, censurar não é apenas falta de conhecimento mas é falta de viver, de ser feliz, de amar e o principal de ser algo chamado... Ser humano.

 Eu tenho um professor que ele costuma sempre dizer: “O que falta em nossa sociedade é HUMANIZAÇÃO”, de tanto ele dizer isso virou praticamente um mantra. Então vamos ser mais humanos com erros e acertos, chega disso de buscar a perfeição pois perfeição só tem uma... a de Deus só ele nos ama perfeitamente, só ele é perfeito! Enquanto a gente... Somos apenas trainers do que um dia seria perfeição.

Jéssica Cavalcante