Resenha do livro A mulher na Sociedade de
Classes
Eu amo livro sobre política e quando eu quero
ler sobre política sempre recorre aos livros da Expressão Popular que tem um
preço bem acessível e promovem uma bela reflexão social e política. Um dos
livros que adquiri foi A Mulher na Sociedade de Classes. Esse livro é fruto da
tese de Doutorado de Heleieth Saffioti, eu sou fã dessa mulher.
Eu sou feminista e gosto de dizer que sou
feminista desde quando eu estava no útero de minha mãe, porque minha mainha
linda também é feminista. Então cresci escutando relatos dela e da minha avó
sobre a militância de minha mãe dentro
de casa para ter uma educação igual a educação que os irmãos (homens) dela
tinha. Uma mãe feminista, so podia gerar uma filha mais feminista ainda. Então
logo bem novinha eu tive acesso a literatura feministas e quando entrei na
universidade ampliou mais ainda, porque lá tem feminista de verdade que se
reúne, que estuda, que luta junto... É lindo! Falo isso porque em minha época
de colégio eu so conhecia três feministas: eu, minha mãe e minha professora de
história. Hoje, depois de adulta, conheço varias feministas e isso torna minha vida mais feliz.
E quando eu li esse livro eu comecei a
reformular muitos de meus pensamentos um deles é em relação a mulheres que
largam sua profissão para serem mães. Minha mãe é um exemplo, ela largou a
profissão dela para ser mãe, cresci escutando minha mãe explicar no estilo
Safiotti de ser, ou seja que é preciso reconhecer a luta da mulher dona do lar,
das domésticas e das mães. Que existe feminismo sim enquanto se cuida dos
filhos e dos afazeres domésticos.
Só que eu sempre tinha o olhar que o lugar da mulher
é na política, é no poder, para construir um poder feminista e popular, porém
Safiotti trás um discurso de amor e valor as mulheres e por um olhar histórico
ela fala da luta das mulheres desde o feudalismo, ao enfrentar toda a burguesia,
o patriarcado, depois no Brasil colônia na sociedade escravocrata, e o papel da
mulher na ciência. Por isso que indico esse livro pois é um livro que lhe faz
amar ser mulher, sim a mulher sofreu muito ao longo da história do mundo, ainda
sofre pois a maioria dos estupros ainda é na mulher, sem falar nas violências
urbanas que estamos suscetíveis, dentre elas a violência obstetrícia, sexual,
assedio moral (a exemplo da própria cantada de rua ou do chefe) e etc. porém, a
mulher tem realizado muitas conquistas, uma delas é ser mãe.
Uma das
tarefas mais difíceis é a maternidade e a gente tem que olhar para a mulher que
pariu, não como um ar de coitada, irracional (devido a apologia constante de
controle de natalidade) ou algo do tipo mas valorizar sim todas as mulheres.
Hoje a media de filhos é de 2 por cada casal, vejo muito preconceito em relação
a mulheres que tem mais de 2 filhos e é isso que precisamos repensar. Tem
mulheres que são esterilizadas sem nem saber e isso também uma violência. Então
a militância feminista não é só para a mulher solteira, mas também para a mãe, dona
do lar, dona de casa.
Uma vez na aula, um colega veio criticar o
feminismo alegando que o feminismo renegava a mulher que é dona de casa, que a
militância so incluía as jovens e solteiras. E quando o assunto é feminismo eu
me dou o direito automático de resposta, pois além de ser a única feminista que
estava na sala de aula, sou filha de uma dona de casa que é profundamente
feminista. E a resposta foi: “ Ledo engano a militância feminista também é para
a dona de casa, pois uma das pautas é a saúde da mulher, assistência
maternidade e lutas contra a violência sexual . sabemos que ate a dona de casa
esta suscetível a ser vitima de estupro por seu companheiro, que é suscetível a
ser vitima da violência obstetrícia e também é demanda para o governo criar
politicas publicas para promover ações que também tragam bem estar
principalmente para Dona de casa. Porém para quem não conhece o feminismo, eu
indico ler Safiotti e ver que a mulher é feita escrava antes mesmo da
escravidão dos negros ou dos povos indígenas”.
Então
encerro essa postagem dizendo, para quem quer conhecer melhor o feminismo, não
se limite apenas aos blogs feministas ou noticias soltas que a mídia (que apoia
a ditadura e desvia bilhões do governo) noticia. É necessário estudar a mulher
no víeis histórico, desde a Grécia Antiga, a idade media, sociedade
escravocrata e ate os dias atuais com sua cultura do estupro.
Informações
do livro:
Editora: Expressão Popular
Paginas: 538
Preço: R$ 35,00
Maiores informações: