As bocas que nos ensinam



As bocas que nos ensinam

Essa semana fui ao shopping comprar um livro para auxiliar minha pesquisa e aproveitei para presentear minha linda mãe, minha mainha, mas aconteceu um fato bem curioso que me ensinou muito.

A minha pesquisa envolve discurso e poder, estava eu lendo meu referencial teórico e dizia assim “deve-se deter também ao contexto que o discurso é utilizado”, como esse fato ‘curioso’ aconteceu no shopping acabou fixando mais ainda em minha memória. Estava eu escolhendo o livro que queria comprar, então entra um homem na livraria e ele começou a falar sozinho na livraria. Ate então não fiquei espantada por coisas assim acontecem o tempo todo na universidade, algumas vezes as pessoas começam a falar sozinha então deduzimos que é mais uma das inúmeras intervenções artística ou politica, ou então a pessoa está em algum momento criativo de composição. Mas isso no shopping não é algo “normal”, as pessoas olhavam o homem com desdém. Ate que eu estava passando e ele olhou para minha cara e começou a falar, prontamente escutei ele e comecei a conversar com ele. Falamos sobre fé e caridade. Ele deu a mensagem dele e foi embora. Retomei a olhar os livros, comprei o livro que queria e fui ver um filme no cinema.

O filme que eu assisti eu odiei, foi tempo perdido, não digo dinheiro porque para quem ama filmes, interpreto ate como um investimento. Passado horas depois, ainda não tinha comprado o livro para presentear minha mãe, minha mainha linda. Então decidi dar um livro religioso a ela. Segui para uma loja de artigos religiosos e fui ver alguns livros. E eis quem encontro novamente? O mesmo homem que dialoguei em outra livraria umas 4 horas antes. Novamente conversamos, ele pediu para eu explicar o que eu sei sobre Jesus Cristo, então fui bem breve que em menos de 1 minuto falei da vida de Cristo, já ele me deu uma linda aula sobre amor e caridade. Dessa vez ele acertou, pois eu  gosto sempre de dizer que o amor é minha religião. E novamente ele me ensinou e foi embora. Nesse dia não mais vi esse homem, que surgi do nada, transmite uma bela mensagem e vai embora do nada e sem nem dizer “adeus” ou “ate logo”. Fiquei grata pelo o que ele me ensinou.

Passado o lindo momento de gratidão e felicidade plena de ate que enfim no shopping existem pessoas fazendo intervenções. Ate pensei “um pouco de vida universitária no castelo do consumo”. Eis que a vendedora de livro me aborda e diz: “Coragem sua de dar atenção a esse homem louco”. E quando fala em loucura me sinto no direito pleno de resposta. Primeiro porque meu filosofo predileto fala lindamente da loucura (Foucault, em Historia da loucura) e segundo, por que o que seria do mundo sem os loucos? Não teríamos nem arte, nem diversão, filosofia, conquistas politicas e sociais, ate mesmo algumas pessoas nem teriam nascido.

Eis que respondi: “O que me chama atenção é que se esse homem fosse uma pessoa conhecida na sociedade, a fala dele seria interpretada como sabedoria de requinte mas como ele é uma pessoa simples e comum, suas palavras é interpretada como ato de loucura”. Depois fui explicar que atitudes assim são tachadas como intervenções, também utilizei a pedagogia da mamãe. Minha mãe sempre gosta de dizer: “Trate as pessoas bem, fale com os desconhecidos porque Jesus pode estar disfarçado de uma pessoa comum do seu dia-a-dia”. 

Hoje refletindo, eis que chego a seguinte consideração (não utilizo conclusão porque nada na vida está concluído) é por meio de pessoas simples, palavras simples que Jesus se manifesta para nos ensinar. Cristo ensinava por meio de parábolas, utilizando comparações do dia-a-dia de seus discípulos, é natural que ele utilize pessoas em sua mais plena simplicidade para nos ensinar sobre sentimentos belos, poéticos e ate complexos, como o amor. É complexo entender o amor, mas é tão simples saber amar, basta deixar o coração se emocionar.


Jéssica Cavalcante

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