Chega de dar satisfações
O engraçado de tudo é que, à medida que vamos
envelhecendo iremos também nos esquecendo de segredos da boa ‘vivencia’. Lembro-me
de um de meus amigos, da época colegial e ele sempre dizia: “Já é terrível ter
que dar tantas satisfações para os nossos pais ainda temos que ficar dando
satisfações para pessoas alheias!”, hoje me deparo com
essa situação.
Diferente de muitos, soa ate ridículo dizer, mas
ainda dou satisfações aos meus pais e penso que pai e mãe é um vínculo eterno
porque você poderá está morando na China e mesmo assim seus pais vão querer
saber como anda todos os setores de sua vida. Tiro por minha mãe que parece ter
uma lista com o nome de todos os amigos e amigas, então ela me lembra de ate se
preocupar com meus amigos. Um dia desses ganhei um presente de uma das minhas
amigas, logicamente nem pensei em retribuir, afinal amigo de verdade sabe que a
amizades é praticamente uma ingratidão ainda mais quando se é “ex-adolescente”,
então minha mãe se lembrou que eu deveria também presentear minha amiga, assim
como ela me lembra da data de aniversário de amigos, lembra de compromissos que
eu sempre esqueço e ate como anda minha frequência de leitura... Por ela se
lembrar de todos esses detalhes, é notório que devo dar satisfação de minha
vida, mas o engraçado é quando pessoas fora de seu contexto - não é seu amigo,
seus pais e nem irmão mas vem insistir para que venhamos dar satisfação e o
pior que muitas vezes ficamos no que chamo “explicanismo”, a pessoa te degrine
e lá vamos nós tecer um verdadeiro artigo argumentativo sobre o que somos e o
que não somos.
Confesso que já cometi esse erro de ficar
dando satisfações para pessoas que nem se quer me conhecem, ate que um dia
conversando com uma amiga queridíssima eu pensei: “Para tudo, tenho que
explicar minha vida para quem me ama, a vida é tão curta para jogar
argumentação ao lixo”. Depois desse dia a sensação que eu tive é de alívio,
serei bem informal ao comparar... Sabe quando você chega em casa com muita
vontade urinar então você vai tirando a roupa ate chegar ao banheiro e quando
finalmente cumpre sua função biológica você suspira e percebe que nessas horas
não adianta diploma, dinheiro, luxo pois a natureza é categórica já que tem
coisas que só a gente pode solucionar, pois bem me senti assim, aliviada com
direito a “Aih que alívio, meu Deus”. Pode ate ser cômico mas quero que seja
bem cômico afinal quem foi que disse que a vida tem que ser séria? O próprio
governo nos trata como palhaços, então vamos tratar a vida como se fosse um
circo, só assim perceberemos como a vida é tão leve.
A gente tem a mania de viver na defensiva e o
pior, a gente parece político fundamentalista onde a vida tem que ser toda
perfeitinha e sem erros, basta alguém apontar um defeitinho e logo começamos a
nos preocupar e vem uma ansiedade de provar que não somos aquilo e sim vítimas.
Quando a gente se vitimiza interpreto como
carência pois queremos chamar atenção de alguma forma, no final de tudo somos
carentes afinal amor e afeto em excesso nunca é demais.
Se a gente é carente vamos buscar chamar
atenção de quem nos quer bem, e não daqueles que sempre surgem para querer
prejudicar sua pele, tirar o brilho dos seus olhos ou gerar uma ruguinha antes
da idade. Acho que ando mais preocupada com a demora dos semáforos do que, com o
fato de quem foi o escolhido para exigir satisfações do dia.
Tem um clichê que diz assim: “A dor é
inevitável mas o sofrimento é opcional”, sempre terão pessoas ‘stalkeando’ sua
vida, afinal todo mundo deseja ser feliz agora cabe cada um escolher viver ou
ficar parado no tempo explicando tudo nos mínimos detalhes... A vida é tão
curta para se prender a detalhes insignificantes.
Jéssica Cavalcante
Vida curta? É eterna. Eu acho que um espírita não deveria dizer que a vida é curta.
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