Metas do ano
Enfim,
chegou o final do ano! Logo, as pessoas irão dizer: “Nossa como o ano passou
rápido”, não é o ano que passou rápido. Ele passou em seu tempo correto, mas se
o ano passou tão rápido, é nítido sinal que nossa vida finalmente não está estagnada.
Após
o susto de como foi rápido os passos de nossa vida no decorrer desse ano, eis
que surge o segundo susto “metas de ano”. Todo ano as pessoas delimitam quantos
livros querem ler, quantos quilos querem perder, quantos amores querem ter,
quantos passos querem viver... E foi quando eu percebi que há um bom tempo eu
não sei o que é prometer a mim mesma o que irei fazer no decorrer dos anos.
Não
estipulei números. Minha relação com os números sempre foi complicada,
facilmente eu preferia as aulas de literatura do que a de matemática,
facilmente memorizo o pensamento de meu escritor favorito, memorizo também ate
o endereço e sobrenome russo de meu personagem preferido mas memorizar meu
número de meu celular, RG, CPF e ate o CEP sempre se tornou uma verdadeira
missão impossível. E fatalmente eu listei os livros que gostaria de ler durante
o ano, mas o número de livros foi um obstáculo e tanto. A vida é tão extensa
para se limitar apenas a números. É melhor não anotar quantos livros que você leu e se surpreender, do que anotar e se frustrar depois.
Pouco
me interessa qual é o aniversario de morte da minha escritora predileta, ou
qual o ano que meus pais nasceram, ou quantos anos eu tenho, ou qual o meu CEP,
ou qual o número de celular porque logo, brevemente a vida irá mudar. Talvez
meu CEP mude também, assim como minha idade irá mudar, o número de meu celular,
meu manequim mas o que talvez não mude nunca é o que eu sou, o que sinto, o que
eu acredito e o que eu quero ser.
A vida é longa, do tamanho do mar, tem dias
que parecem não acabar nunca, alguns dias são tão divertidos que poderia ser
eternos, outros dias são tão monótonos que eu preferia se quer ter saído da
cama. Outros dias são apenas dias propícios para apenas olhar para o céu e
reparar os novos formatos das nuvens e com tanta diversidade ainda querem que
eu der conta da quantidade de livros que li durante um ano?
Depende
tanto de como eu sou, de o que eu estou fazendo - porque algumas semanas o tempo
é meu amigo e dar tempo fazer tudo desde notar as pontas duplas do cabelo a ler
4 livros em uma mesma semana, porém outras semanas o dia parece está de mal
comigo, tento negociar com o calendário, tento negociar comigo mesma, superar
as perdas literárias e da vida. Quando você pensa que encontrou o amor de sua vida, você
descobre que ele é só mais um personagem e como todos os outros, ele morre.
A
vida tem passado muitas vezes despercebida porque passamos mais tempo contando
do que propriamente vivendo. Qual a graça de escrever um artigo: aprender ou
ficar contando laudas, depois alimentando o seu ego e provando a si mesmo que
você se superou? Escrevemos livros por que gostamos ou para nos provar que
podemos escrever 200 laudas em apenas um ano? Na vida não da para contar
laudas, porque se desse certamente passaríamos a vida toda as contando e esquecendo
o que somos bom de fazer, esquecendo de viver. Já não basta esquecer a
carteira, as chaves, o casaco agora temos que esquecer também de viver?
Jéssica Cavalcante
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