DESPREZO DAS LEIS ETERNAS
Que admira, pois, que fosse arrastado pelas vaidades e me
afastasse de Vós, ó meu Deus, se me propunham exemplos dos homens, a quem uma
crítica cobria de vergonha por um barbarismo ou solecismo cometido ao narrarem
ações virtuosas, e que se gloriavam de serem louvados quando contavam com
termos castiços e bem- dispostos, copiosa e elegantemente, as suas torpezas?
Vedes tudo isso, ó Senhor, e calais- Vos, “
paciente, cheio de compaixão e de verdade”. Porventura ficareis sempre calados? Agora arrancais, deste
abismo imenso, a alma ansiosa de Vós, sequiosa das vossas delícias, e cujo
coração Vós diz: “ Busquei o vosso rosto e torná-lo-ei a
buscar, Senhor”.
Andava longe da vossa face, retido por afeições tenebrosas.
Todavia, não nos apartamos ou aproximamos de Vós com o pés ou com as distâncias
de lugares. Aquele vosso filho mais novo – o da parábola – procurou cavalos, ou
carros, ou navios, ou voou, com penas visíveis,
ou viajou a pé, para viver e dissipar prodigamente, em região afastada, o que
Vós lhe entregáreis ao partir? Foste Pai bondoso porque lhe destes a fortuna, e
fostes mais carinhoso ainda para com ele, ao voltar necessitado. Viveu entre
paixões luxuriosas, isto é, tenebrosas, que é o que quer dizer longe do vosso
rosto.
FONTE: LIVRO SANTO
AGOSTINHO
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