
Os cuspidores de fogo
Minha primeira experiência
de cultura veio por parte de meu pai. Na minha casa tudo é bem incomum, pois eu
nunca fui no teatro com minha mãe, pois sempre foi bem delimitado: “Finais de
semana é dia que seu pai tem que lhe dar atenção”. Então eu sempre vou para
teatro, circo e cinema com o papai.
O meu
preferido é e sempre foi o teatro, é impressionante como eu acho encantador o
ambiente do teatro, assisti inúmeras apresentações com meu pai, desde shows de
MPB a comédias. Com meu pai eu desenvolvi o gosto para MPB, como por exemplo
cantores como Lulu santos, Frejat, Renato Russo, Elis Regina e outros. Já minha
mãe colocou em minha vida a paixão pelo quarteto: Zé Ramalho, Fagner, Djavan e
Milton Nascimento além do amor pelos livros.
O fato é que eu tenho lindas memórias de vida ao lado de meus pais e a
maior parte de minha cultura hoje, é graças ao meu pai e a minha mãe. Tomar
café em livraria (programa feito com a mamãe), conversar em barzinho (programa
feito com o papai), ir em teatros (paixão que descobri com o papai), ser
apaixonada por filmes antigos e clássicos (paixão da mamãe e minha também).
Quando eu ia aos circos com meu pai, a gente
encontra artistas que cospem fogo... Só que quando termina o belo espetáculo, a
gente volta para o mundo real e no mundo real encontramos também cuspidores de
fogo, pessoas dissimuladas como o vilão do espetáculo que a gente assiste no
teatro, pessoas com caráter duvidoso como o personagem mau caráter do livro
clássico que a gente compra na livraria. Mas encontramos pessoas encantadoras,
como os cantores da MPB que assistimos no teatro, como a mocinha do filmes
clássicos e como os artistas que compõe o circo que nos deixa extasiados de
tanta admiração e mágica. O fato é que quem nos atinge não são as pessoas
encantadoras mas os cuspidores de fogo... Como lidar?
Simplesmente ore, ore e
ore, e quando cansar ore de novo. Minha mãe parte da teoria que se você não
gosta de alguém devemos orar para essa pessoa. Já papai ensinou que devemos
ignorar. De fato, devemos ignorar e voltar nossa atenção para quem nos faz bem
e para quem cospe fogo com atitudes errôneas a gente ora, afinal, devemos agradecer
o anjo de guarda dessa pessoa, pois não deve ser tarefa nada fácil ensinar
alguém que se recusa aprender.
Quando lemos a bíblia, especificamente o evangelho
que conta a historia de Cristo. Percebemos que cristo sabia quem eram os cuspidores
de fogo, quem eram as pessoas que não valorizavam o amor Dele e o que Ele fez? Orou,
simplesmente orou e disse: “Pai perdoa, eles não sabem o que fazem”. Creio que
Cristo é o exemplo de como Deus quer que sejamos, nós devemos tentar seguir
essa brandura de Cristo e simplesmente orar, afinal isso também é uma caridade
e uma prova que você entendeu o evangelho de Cristo, pois Deus quer que a gente
doe amor e não fogo, não podemos doar negatividade mas desejar todo o bem e
bênçãos do amor em Deus.
Comento esse fato, pois
devemos valorizar os ensinamentos de Cristo e se fomos resgatar em nossa mente
esses ensinamentos estão introjetados em nossas vidas, afinal exemplos de
bondades nós vemos em todos os lugares, isso papai e mamãe já nos ensinou e
assim como eles contribuíram para a nossa cultura eles contribuíram também para
nos ensinar a sermos doadores de amor, afinal, é sempre melhor pagar o mal com
o bem invés de revidar. Pois como bem dizem: O mal por si só se destrói!
Doemos
amor, pois justiça não é nossa especialidade e sim de Deus. Depois com o
decorrer da vida a gente ver quem é de verdade o ímpio e o justo, o guerreiro e
o covarde, o honesto e o usurpador, o anjo e o dragão, o fiel e o opressor. Afinal
de contas Deus é justo e Ele assim como modifica vidas, Ele também sabe separar
muito bem “o joio do trigo”, a erva bondosa da erva daninha e nós, como bons
filhos de Deus temos o dever de lutar para doarmos amor, pois nós somos seres
humanos e não ervas daninhas, afinal Deus conhece cada um e só conforme o
merecimento oriundo de nossas ações e nosso coração, quanto mais puro e honesto
for um coração mas Deus se alegrará e edificará.
Jéssica Cavalcante
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