
ÁLCOOL E O CÉREBRO
Sabe-se há muito tempo que
o álcool destrói as células cerebrais. De fato, o cérebro de alcoólatras
crônicos é mais macio que o normal. Tem-se demonstrado em animais que uma dieta
de álcool durante cinco meses produz mudanças patológicas tanto na organização
quanto na atividade das células nervosas, em particular da estrutura cerebral
chamada hipocampo, considerado participante do processamento de informações
para armazenagem na memória. Embora o álcool provavelmente exerça efeitos mais
difundidos no sistema nervoso, o fato de os alcoólatras com frequência
revelarem distúrbios graves de memória fornece um indício de que o álcool pode
exercer seus principais efeitos tóxicos sobre o hipocampo. Pesquisas em curso
sobre a relação entre álcool e cérebro indicam que os sintomas sofridos pelos
alcoólatras não se assemelham aos experimentados pelas pessoas normais ao
envelhecerem, mas aos sentidos por vítimas de lesão cerebral.
A maioria das pessoas
sofre intoxicação alcoólica alguma vez na vida. Pesquisas recentes explicam
intoxicação, tolerância e abstinência.
Descobriu-se que nosso
cérebro possui receptores para entorpecentes de produção própria, as
endorfinas. Estas se ajustam aos receptores como o parafuso à porca. Esses
mesmos receptores também atuam como depósitos para outros opiatos ou drogas
psicotrópicas que ingerimos. Após uma longa exposição ao álcool, o número de
receptores de narcóticos no cérebro aparentemente aumenta.
Michel Charness, M.D.,
professor-assistente de neurologia da Universidade da Califórnia, em San
Francisco, e sua equipe examinaram a capacidade do receptor de uma das
endorfinas, a encefalina metionina. Esta transmite uma mensagem calmante e, se
não puder ligar-se ao receptor adequado, não poderá liberá-la. Embora o álcool
inicialmente inibisse a ligação da endorfina, os pesquisadores constataram que
as células nervosas adaptavam-se a essa inibição, aumentando o número de pontos
de ligação da encefalina metionina.
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Isto concorda com a
observação comum de que os alcoólatras crônicos e viciados em drogas precisam
continuar aumentando a ingestão de substâncias psicotrópicas para que surtam
efeito. Os receptores adicionais foram detectados primeiramente após dezoito
horas de exposição ao álcool; e após quatro dias seu número cresceu 85 por
cento. Ao se retirar o álcool, a quantidade de receptores permaneceu elevada
por um ou dois dias, antes de voltar aos níveis normais.
Quando se retira o álcool
abruptamente, portanto, restam muitos receptores extras que não mais inibem, e
acredita-se que o resultado disso responda por sintomas como acessos de
abstinência alcoólica.
FONTE: LIVRO COMO DESENVOLVER O PODER DA
MENTE
ARTHUR
WINTER, M.D.
RUTH
WINTER
EDITORA CULTRIX
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